Como pais, sempre desejamos proporcionar aos nossos filhos uma vida melhor do que aquela que tivemos e a oportunidade de alcançarem condições melhores que as que temos, como adultos.
Nessa busca por conforto e
uma vida melhor, tornou-se rara, em muitos lares, a participação dos filhos na
realização de tarefas domésticas. Guardar a louça, lavar o quintal, estender ou
recolher a roupa, arrumar o próprio quarto são atividades desconhecidas ou não
praticadas por muitas crianças. Normalmente, são feitas por mães
sobrecarregadas ou funcionárias domésticas. Seria essa, realmente, a melhor
forma de educá-las?
Logicamente, discutir “a melhor
forma de educar” pode trazer à tona questões muito delicadas, visto que essa
“melhor forma” depende dos valores de cada família, das expectativas e
propósito dos pais em relação aos filhos, e à concepção de mundo em que se
baseiam. Portanto, essa não é uma tarefa simples.
No entanto, mesmo que não se
possa avaliar “a melhor forma de educar”, podemos utilizar um parâmetro comum
para aferir nossas ações. Posso afirmar que, pessoalmente, sou adepto ao modelo
bíblico cristão para a construção dos meus valores pessoais, e eles norteiam os
princípios adotados por minha família. No entanto, independente da visão
adotada, acredito que a possibilidade de analisar os benefícios de determinadas
práticas é sempre útil para provocar uma reflexão e, neste artigo, pretendo
expor algumas contribuições da participação nas atividades domésticas para a
formação do caráter e o desenvolvimento cognitivo das crianças.
DESENVOLVE A PRESTATIVIDADE
As crianças que ajudam em
casa tornam-se pessoas prestativas. Uma escritora americana reconhecida por sua
grande contribuição em diversas áreas, inclusive educação, afirma em um de seus
livros que “enquanto [as crianças] ainda são pequenas, deve a mãe dar-lhes
alguma tarefa simples para fazer, cada dia. Levará mais tempo para os ensinar
do que fazê-la ela própria, mas lembre-se que deve, para a formação do caráter
deles, deve ser lançado o fundamento da prestatividade. É essa prestatividade
que prepara a pessoa para ser útil à família e à sociedade
EVITA COMPORTAMENTOS
INADEQUADOS
De forma contundente, a
prática mostra como a ocupação em atividade útil é necessária para preservar a
criança e o adolescente de envolverem-se com companhias inadequadas e
desenvolver hábitos prejudiciais. Quando comparamos a situação da infância hoje
com a de nossos avós ou até mesmo alguns de nossos pais, vemos que eles não
possuíam praticamente nenhum dos recursos que as crianças de hoje possuem. No
entanto, atualmente, a insatisfação de muitas crianças em relação à escola e
sua condição de vida, mesmo quando cercadas de conforto e brinquedos, é
bastante preocupante. Seria essa insatisfação o resultado de não conhecerem a
quantidade de esforços despendidos pelas gerações anteriores para que elas
desfrutassem das condições que agora possuem?
Em Cristo,
Edmilson Santos
Fonte: Esperança.com